Vida após o diagnóstico de Câncer

O termo sobreviventes, vindos dos programas de atendimento médico e multidisciplinar que em inglês cunham a designação "survivorship” se refere aos paciente diagnosticados com câncer, não apenas aqueles que foram curados, mas a todos que vivem com o diagnóstico de câncer, e que experienciam a sobrevivência. Na prática, programas de survivorship acabam sendo majoritariamente dedicados às pessoas curadas e, eventualmente, àquelas com doença estável. Isto, em parte, devido à grande sobrecarga que o diagnóstico inicial, o tratamento mais agressivo e a doença em progressão acarretam, necessitando de cuidados específicos. De qualquer modo, os benefícios de cuidar do estilo de vida se estende a todos, inclusive em fases mais iniciais da doença, pois quanto mais precoce esse cuidado, melhor para manejo de sintomas adversos, otimização da reserva física e fortalecimento da resiliência emocional durante o tratamento.

O gerenciamento da saúde após tratamento da fase mais intensa do câncer é de extrema importância, e engloba a atenção com inúmeras questões, para além do risco de progressão e recidiva da doença.

Bons hábitos, que influenciam na redução do risco da incidência do câncer, também colaboram para um melhor resultado do tratamento; e devem ser mantidos mesmo na fase de manutenção e cura. Com o passar dos anos após r,emissão do câncer, os pacientes passam a enfrentar um menor risco de morte pelo câncer, mas maior risco de morbidade e mortalidade por causas não relacionadas à recidiva. Por isso, é importante atentar para fatores de risco associados às comorbidades - por exemplo as doenças cardiovasculares, uma das principais causas de morte nos dias atuais -, a fim de manter o ganho de sobrevida e que seja esta uma vida com qualidade! O diagnóstico e tratamento do câncer podem, ainda, deixar marcas psicoemocionais que também merecem ser cuidadas para uma vida mais leve e feliz.

São temas importantes a serem tratados após o tratamento inicial do câncer:

Risco de recidiva
Risco de segunda neoplasia
Risco de complicações tardias do tratamento: especialmente cardiovasculares e pulmonares
Composição corporal
Alimentação saudável
Atividade física regular
Saúde óssea
Abuso de substâncias tóxicas - e aqui vale tudo: cigarro, álcool, drogas ilícitas e medicamentos
Sono reparador
Estresse pós traumático
Ansiedade / Depressão
Sexualidade
Espiritualidade
Relacionamentos
Imagem corporal
Alterações físicas sequelares - sejam cicatrizes, mastectomia, estomia, disfunção erétil, atrofia vaginal, alteração do hábito intestinal ou da diurese, e tantas outras
Estigmas
Fadiga
Retorno ao mercado de trabalho
Manejo do estresse
Independência
Memória / Cognição
... e por ai vai